Manifestação dos Mascarados

É legítimo e louvável se manifestar, mas não usar o manto do anonimato para se esconder, atropelar a democracia e praticar atos de vandalismo

As manifestações que tomaram as ruas brasileiras surpreenderam o país e ficarão registradas nos livros de história como o mês (junho/2013) em que o Gigante, então adormecido, acordou. Com bandeiras diversas, milhões de pessoas ocuparam as ruas e mostraram que o Brasil vive o período democrático mais maduro de sua trajetória. No entanto, vândalos mascarados, que se apresentam sob variadas denominações – as quais não vamos aqui propagandear-, infiltraram-se nas manifestações justas e oportunas com o único propósito de depredar o patrimônio público.

Diante dos riscos a que essa minoria submetia a maioria, e sob a luz deste cenário democrático, a Justiça determinou que os “mascarados” terão que se identificar à polícia, e quem não aceitar poderá ser encaminhado à delegacia. Lá terão sua ficha levantada.

Em situações assistidas pela democracia, as pessoas têm o direito legítimo de fazer suas reivindicações e cobrar mudanças do que acham estar errado, ilegal ou injusto. E, assim amparadas, é perfeitamente exigível que tenham rosto, que se mostrem, que haja possibilidade de localizá-las a qualquer tempo, mesmo dias depois de um protesto.

Por que esta atitude de ficar encapuzados? Não podemos fazer nada na vida em que não haja responsabilidade pelos nossos atos. Isto não é democracia, nem estado de direito e proteção. Imaginem a seguinte situação: a pessoa pode se mascarar e tirar a vida de alguém. E aí, como fica? Aí vale ficar mascarado? Está amarrado, em nome de Jesus!

Físico, o Bispo Robson Rodovalho é escritor e compositor; em 1992, fundou o ministério Sara Nossa Terra, do qual é presidente mundial

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