O mal seria apenas o bem necessário?

Enquanto Jesus Cristo veio nos mostrar um mundo espiritual formado por esses dois reinos — Reino de Deus e Reino das trevas, e trouxe luz à identidade do mal e sua origem, alguns filósofos esforçaram-se para apagar este conceito. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche lançou o conceito da “inexistência do mal”, através de seu livro “Além do bem e do mal”.

No livro, Nietzsche propõe o fim do conceito do mal, como uma identidade definida e uma energia com consciência voltada para produzir a dor entre os homens. Ele propõe que o mal é apenas o outro lado da existência. O mal seria apenas o bem necessário. Como as trevas são a ausência da luz. Ele refugia-se no pensamento oriental como o “Yin-Yang” do Taoísmo.

Para este pensamento filosófico, existe uma dualidade de tudo no universo. Essas duas forças se complementam e se encontram em todas as coisas, e não como duas forças com identidades e projeções de existências totalmente conflitantes como propôs Jesus Cristo.

As idéias de Nietzsche propagaram-se no ocidente, dando as bases para uma filosofia “não Cristã” em um sociedade Cristianizada. Essa proposta de uma existência sem o conceito do mal tem atraído muitos de nossos pensadores e filósofos e até mesmo alguns teólogos. Mas a pergunta é: como explicar as atrocidades, as tragédias, os devaneios que ocorreram na história da humanidade e ainda ocorrem em nossa vida, sem este conceito?

Trazer a responsabilidade humana apenas na escolha de tais atrocidades não é factível. Como explicaríamos episódios como Hitler, Nero e tantas guerras que absolutamente afastaram-se da razoabilidade humana. Parece que essas personalidades que se prestaram a se tornarem fontes do mal, agiram movidos por uma energia e um propósito, além de suas próprias personalidades.Todos temos experiências próprias da força de certos impulsos que nos sobrevém e às vezes bem acima de nossa capacidade humana de detê-los.

O fato é que os conceitos de bem e mal passam a ser questionados em nossa sociedade a partir do advento de Nietzsche. E a partir daí, torna-se mais fácil para o mal como fonte de ação, trabalhar na humanidade. Se o bem e o mal não existem, então posso relativizar todos os demais valores humanos, inclusive os valores maiores como o amor, a verdade, a moral, a ética e assim por diante. Cairemos em um precipício sem fim.

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