Liberdade e maturidade: uma depende da outra

Ser livre é saber viver a feliz e livre dentro de limites que nós mesmos definimos

[dropcap]U[/dropcap]m dos principais argumentos que têm sido usados em nossa geração para renunciar à liderança é a “perda da liberdade”. Mas o que é Liberdade? O melhor significado para a palavra seria “sem limites”. Ser livre é não ter nenhuma restrição. O maior patrimônio de um ser humano ainda é sua liberdade, e restringi-lo é uma grande perda.

Por outro lado, é impossível viver uma liberdade ilimitada. Portanto, quando dizemos “liberdade sem limites”, já pressupomos os limites naturais da existência humana. Em tão, voltamos à pergunta: ser livre é não ter nenhuma restrição? Não! Podemos ser totalmente livres, sem que essas limitações nos restrinjam? Existe uma forma em que os limites não se tornem restrições? Sim, quando estes limites são postos por nós mesmos, não pelos outros!

Quando o próprio homem se impõe restrições, então elas se tornam proteção, não cerceamento. Percebemos, intuitivamente, que ultrapassar um limite nos leva a uma invasão ao território do próximo, e isto se torna em delito, trazendo consigo uma possível reação e suas consequências. Para se proteger destes eventuais danos, o próprio indivíduo se limita e se restringe, sem perder, contudo, sua liberdade. Na verdade, ele troca sua liberdade futura por aqueles limites.

E, assim, ele se convence de que a liberdade de amanhã vale o preço do limite de hoje. A este processo chamamos “maturidade”, que é quando a própria pessoa descobriu o conceito de liberdade como o caminho do limite, sem se sentir cerceada. Quando cada indivíduo antevê, define e se restringe aos seus próprios limites, todo mundo ganha, inclusive ele.

Então, a pergunta é: terei que perder a minha liberdade? Será que estou disposto a pagar o preço para exercer o domínio para o qual Deus me chamou? A primeira coisa que precisamos entender para responder tais perguntas é que o “mal” é o “bem sem limites”. Quando o indivíduo, na busca de sua liberdade, não respeita limites, semeia-se o mal para o outro, invadindo seu espaço. Quem rouba, não “faz o mal”, pelo contrário, faz o “bem a si mesmo”. Portanto, o bem para ele é o mal do outro e, consequentemente, da sociedade.

A linha de separação entre o bem e o mal é apenas o limite. Mal é o “egocentrismo sem limite”. Quando a satisfação a mim mesmo a qualquer preço é impetrada, então o mal aparece. Fazer a si mesmo o bem sem invadir o outro: eis a maturidade pessoal.

O mal existe. E, quando menos o esperamos, aparece em nossas vidas, manifestando-se pela violação de espaços, pessoas ou da sociedade como um todo. Temos que buscar a liberdade, porém, com limites impostos a nós mesmos para entendermos que nela está a felicidade. É neste sentido que Jesus ensinou aos homens a “amar aos outros como a si mesmo”.

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