Correio Braziliense: Por que o senhor desistiu de concorrer este ano?
Bispo Rodovalho: O sistema está complicado, o processo político está difícil, porque se distanciou muito da população. Do jeito que está sendo executada hoje, a política perdeu o sentido. Deixou de ter a representação que a população espera.
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CB: Está desiludido com a política?
BR: Sim, bastante. Precisamos de uma reforma política profunda. Para voltarmos a ter um sistema legitimado.
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CB: Pendurou as chuteiras ou ainda pensa em voltar?
BR: Penso em voltar algum dia sim, até para tentar ajudar numa reforma política necessária.
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CB: E foi tranquila a decisão?
BR: Tenho paixão por tudo o que faço, acho que sou muito útil aqui, acho que posso continuar ajudando como estou, trabalhando na igreja.
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CB: Qual será o peso do voto evangélico este ano?
BR: Terá um peso decisivo. Somos um segmento representativo e que, apesar de muito importante, tem sido esquecido. Principalmente a questão dos valores e das nossas bandeiras. O segmento, infelizmente, só é procurado na época da eleição.
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CB: Acha que algum evangélico estará em alguma chapa majoritária no Distrito Federal, como vice ou candidato ao Senado?
BR: Parece que não. Ainda não conseguimos um nome de representação majoritária.
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CB: Existe um receio de que, com o grande número de evangélicos candidatos a deputado, a concorrência leve a uma redução da bancada. Existe esse temor?
BR: Eu acho que não.Vamos manter ou possivelmente aumentar o número de deputados distritais e federais. Acho que haverá ao menos dois federais evangélicos e cinco ou seis distritais no ano que vem.
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CB: O PP estava na base do governo, mas fechou com o PR de José Roberto Arruda. O senhor vai fazer campanha?
BR: Não. Como sou amigo de todos, não vou fazer nenhum movimento partidário.Vou trabalhar, mas sempre apoiando os projetos que ajudam Brasília.Vou ficar nos bastidores e vou tentar contribuir com valores e princípios. A minha participação no partido hoje é muito discreta, não militante, por opção minha.