Educação de volta ao quadro negro

 O governo tem responsabilidade pela volta do crescimento do analfabetismo, mas precisamos lutar juntos contra isso e fazer do Brasil um grande país em vez de apenas um país grande

Retrocesso é andar para trás. Não importa se muito, pouco ou muito pouco. Pois retrocesso foi o que aconteceu com a educação no Brasil, segundo os dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), referente a 2012. Pela primeira vez, em quinze anos, houve um aumento na taxa analfabetismo no país, que foi de 8,6% para 8,7% da população com quinze anos de idade ou mais.

O governo diz que estatisticamente o aumento, de 0,1%, é irrelevante. Como número isolado, pode ser. Mas estamos falando de milhares de pessoas e do ressurgimento de um problema que estava sepultado há uma década e meia. Não tem sentido um país rico e pujante como o nosso tolerar uma taxa de 8,7% de analfabetos entre adultos, deixando-nos ainda mais distante de cumprir o compromisso que firmamos com a Organização das Nações Unidas de reduzir esse percentual a 6,7% até 2015.

Não há dúvidas de que o governo é o maior responsável por esse quadro negro por que passa a educação, pois é da essência da nossa própria Constituição ter o governo como principal provedor de educação de qualidade, pública e universal.

Mas criticar e cruzar os braços não é saída para nada. Vamos nos unir, lutar para transformar esta realidade, derrubar esta taxa lá pra baixo. Temos que arregaçar as mangas e ir à luta. E nisso a igreja tem um papel importante a desempenhar. Pode ajudar, por exemplo, mantendo classes de alfabetização.

Temos, sim, que cobrar do governo para fazer a educação chegar aos canteiros de obras, às periferias, às fazendas, aos rincões mais longínquos deste país grande. Mas é só contribuindo com nossa parte que faremos do Brasil também um grande país.

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